25/11/2024
Manejo rotacionado de pastagens

Manejo rotacionado de pastagens

Quando o assunto é a produção de carne bovina a pasto, um dos pontos mais importantes é a forma como iremos oferecer a forragem aos animais. Ao pesquisar sobre o tema, logo nos deparamos com conceitos e técnicas de pastoreio que, muitas vezes, são contraditórios e parecem discordar entre si, causando confusão entre técnicos e pecuaristas.

Contudo, existem algumas premissas que são aplicáveis a todas as técnicas e sistemas propostos. Quando essas premissas são compreendidas, a escolha do sistema se torna mais fácil, cabendo aos técnicos e pecuaristas avaliar cautelosamente o que se adequa melhor à realidade da propriedade. Além disso, é muito importante ter em mente que o primeiro passo na escala de intensificação de um sistema de produção é o ajuste de carga, ou seja, adequar a oferta de forragem à necessidade de consumo dos animais. Uma vez que conseguimos adequar oferta e demanda, podemos pensar em estratégias para colher a forragem da forma mais eficiente possível. Aí entra o pastoreio rotacionado!

Com relação às premissas básicas, precisamos entender o objetivo do sistema e o resultado que desejamos obter. Bovinos são animais seletivos e, quando permitimos que expressem esse hábito, por meio do aumento da oferta de forragem e redução da carga animal, podemos alcançar altos ganhos de peso por indivíduo com pouca ou nenhuma suplementação. Quando reduzimos a possibilidade de seleção pelos animais, obtemos naturalmente ganhos individuais menores, mas maiores lotações instantâneas por hectare, ou seja, mais animais em uma área menor.

Neste ponto, fica claro que podemos utilizar diferentes estratégias de acordo com a categoria animal e o objetivo almejado. Se estamos trabalhando com machos de recria/engorda, por exemplo, é extremamente importante priorizar o ganho médio diário por animal, para que seja possível vender esses animais no menor tempo possível e com o menor custo, aumentando o faturamento e a margem do negócio. Se, por outro lado, estamos trabalhando com vacas de cria com bom escore de condição corporal, pode ser interessante aumentar a lotação, permitindo liberar áreas para outras categorias mais exigentes ou aumentar o número de matrizes no sistema de produção.

Outra premissa muito importante diz respeito à forma como as plantas crescem. Sabemos que, entre os fatores que influenciam o crescimento das plantas, a radiação solar e a temperatura são os de maior impacto. Esses fatores não podem ser controlados, mas podemos escolher a espécie forrageira de acordo com o clima do local e controlar a quantidade de radiação solar que as plantas conseguem captar, por meio do resíduo deixado após o pastejo. Na prática, precisamos entender que existe um índice de área foliar ótimo, no qual a planta consegue captar uma grande quantidade de radiação solar e apresenta a maior taxa de crescimento possível, ou seja, uma grande produção de pasto. Logo, altas produções a pasto são possíveis quando permitimos uma ingestão adequada de forragem pelos animais, sem reduzir a taxa de crescimento das plantas. O ajuste de carga é o fator mais importante para que isso seja possível e, combinado com o pastoreio rotacionado, faz com que os animais consumam a forragem existente de forma mais uniforme, evitando sobrepastejo e subpastejo por meio da troca dos animais de piquete ou faixa.

Em relação ao número de subdivisões, não existe uma recomendação universal. Quanto menor o número de divisões, menor será a dificuldade de oferecer água e sombra para os animais e menor a necessidade de monitoramento da oferta de forragem para determinar o momento de troca dos animais de piquete. Quanto maior o número de divisões, maior a chance de oferecer a forragem na altura ideal de pastejo. Logo, não existe uma receita pronta e, como recomendação básica, quanto maior a velocidade de crescimento da espécie forrageira, menor deve ser o número de subdivisões, a fim de evitar o risco de "perder a mão" da pastagem. Como base, áreas com espécies de verão, com alta taxa de crescimento, devem ser divididas em 4 a 6 piquetes, enquanto espécies de inverno, com crescimento mais lento, podem ser divididas em 6 a 12 piquetes. A partir do momento em que dominamos o pastoreio com essa quantidade de subdivisões, podemos utilizar técnicas como o pastoreio em faixas, com cercas elétricas móveis, buscando colher a forragem em alturas cada vez mais precisas, o que aumenta a eficiência do sistema.

Em resumo, o pastoreio rotacionado é uma técnica que permite aumentar o ganho de peso por animal e a taxa de lotação da propriedade, com a possibilidade de equilibrar esses dois fatores ou priorizar um deles, de acordo com a estratégia adotada. Também deve ficar claro que respeitar a oferta de forragem e oferecer água limpa e de boa qualidade aos animais gera mais resultados do que simplesmente aumentar a quantidade de subdivisões e a frequência de troca.

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